Sou da última geração antes da era digital
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Sou da última geração antes da era digital. Tive a sorte de testemunhar toda essa transformação. Como tudo mudou. Ter 52 anos em 2024 é ter vivenciado a história. Minha educação foi diferente. Meus valores eram outros. Não necessariamente melhores ou piores, mas sim diferentes. Ficar preso a um mundo que já não existe mais é um desperdício de tempo. Eu tive que me adaptar, aprender, evoluir. Faço isso todos os dias. Quando se tem 20 ou 30 anos, não se imagina envelhecendo. Hoje, sinto o peso do preconceito em relação à minha idade, mais uma adição à lista de limitações que enfrento. A vantagem é que sempre fui subestimado, então isso é algo comum para mim. O que tenho é uma perspectiva diferente de muitas coisas e, com o passar do tempo, você se torna mais sábio ou, pelo menos, mais consciente, embora ainda esteja sujeito a erros de julgamento. Mas logo chega a hora de prestar contas, e isso acontece muito rápido. Não posso mais errar por ingenuidade; erro por outros motivos, mas nunca por ingenuidade.
A vida é relativamente simples. Se adotar uma abordagem lógica, sua vida será melhor. Essa lógica impede que você seja alienado e ajuda a entender que tudo tem uma razão de ser, um começo, meio e fim. Em seguida, você aprende a ter bom senso e senso crítico.
Se pegarmos 10 pessoas aleatórias e dermos a elas o mesmo tema ou apresentarmos uma cena e perguntarmos como cada uma interpreta aquilo, entenderemos quão diferentes somos e como interpretamos as situações com base nas experiências que tivemos. Então, como podemos julgar alguém que não teve essas mesmas vivências?
A melhor qualidade de uma pessoa é sua inteligência, combinada com sua flexibilidade, pois você pode ser rico, bonito e ter todos os atributos que são valorizados pelos aplicativos de relacionamento ou pela sociedade, mas sem inteligência, seu destino é certo. Você não se sustentará nas ideias e sua vida será superficial. Para muitos, isso pode ser aceitável, mas a vida segue.
O tempo tem sido generoso comigo. E hoje, tento me aprimorar em todos os aspectos: corpo, mente e espírito.
Apenas dando ao mundo o que possuo, simples assim.
Quero ser um clássico, não um ancião.
Robson Khalaf